29 de julho de 2022.
Recomendações da SBU e da SBI em relação à Monkeypox
Mediante ao aumento exponencial de casos da Monkeypox no Brasil, e sendo a região anogenital uma das mais atingidas com os sinais da doença, a Sociedade Brasileira de Urologia e a Sociedade Brasileira de Infectologia, vêm a público alertar à população, à classe médica e aos demais agentes de saúde sobre as medidas importantes que devem ser adotadas ao se diagnosticar lesões cutâneas, especialmente vesículas, pústulas e crostas na região anogenital, ainda mais quando antecedidas ou acompanhadas por febre, gânglios aumentados e dolorosos (“ínguas”) e lesões em outras partes do corpo.
Como o quadro clínico pode se assemelhar ao de outras afecções, como ISTs e outras condições e dermatoses, é bem provável que a doença seja subdiagnosticada e, portanto, Por isso, com o crescimento da epidemia é importante levar em consideração as lesões da Monkeypox, mantendo um elevado índice de suspeição.
Por tratar-se de doença de notificação compulsória, a SBU e a SBI recomendam que, quando houver suspeita, seja acionada a Vigilância Epidemiológica de cada região para orientações quanto à coleta de amostra e análise laboratorial, e, sempre que possível, seja feito um registro fotográfico das lesões.
O paciente deve ser tratado com base no seu quadro clínico e deve ser colocado em isolamento ou observação e aconselhado a evitar contato com outras pessoas enquanto tiver lesões de pele, incluindo as com crostas, pois também são infectantes.
Segundo a OMS, até o momento, os homens que fazem sexo com homens (HSH), especialmente os que têm múltiplos parceiros, estão entre as pessoas com maior risco.
Em caso de qualquer sinal ou sintoma, o aconselhamento é evitar contatos próximos com outras pessoas e procurar um serviço de atendimento médico.
A SBU e a SBI são solidárias às pessoas acometidas pela doença e não apoiam qualquer tipo de discriminação.
A SBU e a SBI conclamam a sociedade civil para que se engaje fortemente para o bloqueio da disseminação da Monkeypox e roga às autoridades de saúde que capacitem imediatamente os serviços de atendimento para esses casos e também para que oportunizem o breve acesso à vacinação, especialmente aos indivíduos de maior risco.
Como se proteger:
Uma vacina já foi aprovada, mas ainda não se encontra amplamente disponível. A expectativa é que chegue em breve e beneficie principalmente as equipes de saúde e as comunidades de maior risco.
Higiene frequente das mãos com álcool 70% ou com água e sabão, evitar contato próximo com pessoas que possam apresentar quadro clínico compatível, evitar compartilhamento de objetos, incluindo roupas de cama e toalhas.
Reduzir o número de parceiros sexuais nesse momento.
Toda pessoa que apresente quadro clínico suspeito deve manter isolamento e evitar compartilhamento de objetos de uso pessoal até exclusão do diagnóstico ou completo desaparecimento das lesões.
Indivíduos que tiveram contato com pessoas infectadas devem permanecer em alerta e vigilância próxima, tanto para que tenham assistência, em caso de doença, quanto para evitar a onda de transmissão.
A epidemia atual não se correlaciona com a transmissão de animais para humanos. Assim sendo, não se justifica nenhum tipo de atitude e, muito menos, crueldade em relação aos animais, incluindo os macacos.
Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS): https://www.who.int/news-room/fact- sheets/detail/monkeypox?gclid=EAIaIQobChMI-PX85raZ- QIVHEJIAB1NugVxEAAYASABEgLMvfD_BwE