ESTUDO: Haider KS, Haider A, Doros G, Traish A. Long-Term Testosterone Therapy Improves Urinary and Sexual Function, and Quality of Life in Men with Hypogonadism: Results from a Propensity Matched Subgroup of a Controlled Registry Study. J Urol. 2018;199(1):257-265.
Está bem documentado que o hipogonadismo está associado à obesidade, síndrome metabólica, redução de libido e disfunção erétil1, e que a terapia de reposição com testosterona nestes homens melhora a função cardiometabólica e sexual.2,3
Aqui resumimos os resultados de um estudo publicado no Journal of Urology, que avaliou os efeitos da terapia de reposição com testosterona a longo prazo em homens com deficiência de testosterona na função sexual e urinária e na qualidade de vida.4
A Figura 3 mostra a melhora significativa na função erétil em homens tratados com testosterona, como demonstrado por um aumento significativo no escore IIEF-EF. Em contraste, no grupo não tratado houve uma deterioração progressiva na função erétil, como demonstrado por uma diminuição significativa deste mesmo escore ao longo do tempo.
Figura 3: Melhora do IIEF-EF em homens tratados com testosterona em comparação com homens não tratados durante o seguimento de 8 anos.
*p <0,0001 entre grupos; # ajustado para a circunferência abdominal, peso, glicemia em jejum, pressão arterial sistólica e diastólica, colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos, escore AMS.
Uma redução significativa no escore mas, indicando melhora nos sintomas relacionados à deficiência de testosterona foi observada em homens tratados com testosterona, como mostrado na figura 4. A diminuição do escore AMS foi abrupta durante os primeiros 2 anos e, em seguida, permaneceu reduzida ao longo do seguimento. Em contraste, este escore aumentou ligeiramente no grupo não tratado.
Figura 4: Melhora nas pontuações do escore AMS em homens tratados com testosterona em comparação com homens não tratados durante o acompanhamento de 8 anos.
Observação:
As barras azuis mostram diferenças estimadas entre os grupos ajustados para a idade inicial, peso, circunferência abdominal, glicemia de jejum, pressão arterial, perfil lipídico e escore AMS. Diferença ajustada; tratamento menos controle.
O volume médio da próstata em homens tratados com testosterona aumentou ligeiramente de 31,4 para 33,2 mL, enquanto permaneceu estável nos homens não tratados. O PSA manteve-se inalterado em homens tratados com testosterona e não tratados.
Houve 5 óbitos (6,1%), 8 acidentes vasculares cerebrais não fatais (9,8%) e 8 infartos do miocárdio não fatais (9,8%) no grupo não tratado, nenhum no grupo tratado com testosterona.
O crescimento prostático é diretamente proporcional aos níveis de testosterona.15 A terapia com testosterona melhora as condições associadas à piora de LUTS, como a síndrome metabólica e a inflamação prostática.14 A testosterona também pode ajudar aumentando a expressão e a atividade da óxido nítrico sintase e o relaxamento do músculo liso.15
O presente estudo concluiu que a terapia de testosterona a longo prazo em homens hipogonádicos melhora significativamente a função urinária e sexual e a qualidade de vida, enquanto os homens não tratados sofrem uma piora nestes parâmetros.4 Esses resultados confirmam estudos anteriores que mostraram melhora significativa nos sintomas de micção ou LUTS após a terapia com testosterona.16–20
Deve-se destacar que a melhora nas funções da função erétil, LUTS e AMS ocorreu durante os primeiros 2 anos de tratamento com testosterona.4 A maior elevação nos níveis de testosterona ocorreu durante o primeiro ano de tratamento; portanto, os benefícios continuam a se manifestar anos após a obtenção de níveis terapêuticos de testosterona.4 Isso ressalta a importância de considerar o curso do tempo para o início e a expressão máxima dos benefícios com a terapia com testosterona. Ao iniciar o tratamento com testosterona, as diretrizes de prática clínica das Sociedades de Endocrinologia dos Estados Unidos5 e do Canadá21 recomendam um teste terapêutico de 3 meses, enquanto a Sociedade Internacional de Medicina Sexual22 e especialistas23 recomendam que os clínicos considerem um período mínimo de 6 meses para avaliar a resposta terapêutica.
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