Como as empresas reagem quando o colaborador está em estado de luto?

Lidar com questões emocionais, especificamente as que envolvem o luto ou perdas circunstanciais, são aspectos pouco discutidos no cotidiano organizacional da atualidade.

Embora haja certo distanciamento do assunto e até preconceito, expor tais questões têm levado diversos profissionais a pensar sobre a importância do cuidado e acolhimento diante do enfretamento da dor.

A Best Homenagens, empresa especializada em desenvolver soluções para que seus clientes promovam o reconhecimento e a homenagem aos membros de sua equipe, organizou o primeiro estudo, intitulado “Melhores Práticas para lidar com o Luto no Ambiente Profissional”, visando elucidar e colaborar positivamente com o clima organizacional.

Sob a coordenação do psicólogo e consultor Bernardo Leite, o estudo destaca: alta receptividade dos participantes, onde mais de 70% dos respondentes avaliaram positivamente a forma como a gestão lida com o luto, destacando apoio psicológico e homenagens prestadas como ações importantes por parte da empresa. Cerca de 55,2% dos respondentes destacaram ser comum a prática do envio de coroa de flores. Quanto aos aspectos negativos, cerca de 44,4% dos respondentes apontou uma percepção negativa ou indiferente por parte da empresa.

Outro ponto importante a ser ressaltado é o que se refere ao cumprimento da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), onde a mesma define que em situação de luto são previstos alguns benefícios. Apenas 81,6% dos casos apresentados na pesquisa receberam atendimento em situação de luto.

Os resultados apontam para necessidade de conhecimento por parte dos gestores e profissionais de Recursos Humanos, segundo Bernardo Leite.

Planejamento com antecedência, a fim de minimizar danos à imagem da empresa, ao clima organizacional e evitar prejuízos financeiros que podem ocorrer, de acordo com Leonardo Lopes, diretor executivo da Best Homenagens.

É possível criar ambientes corporativos mais amigáveis e menos opressores? A resposta é sim. Pelo simples fato de ser um bom caminho para elevar a produtividade e a satisfação profissional. É o diferencial de um ambiente profissional saudável.

Promover o diálogo de forma aberta e abordar questões relacionadas tanto ao trabalho como também ao luto abre precedente para que o sofrimento tanto pela perda de um ente querido ou mesmo pelo enfretamento de uma enfermidade, sejam tratados com o respeito e acolhimento necessários.

A comunicação desenvolve o senso de pertencimento e aceitação. Através da escuta é possível refletir e entender a morte e o luto especificamente, como parte da vida, o qual envolve dor, sentimento de perda e intenso sofrimento implicando em mudanças importantes e culminando em prejuízo ocupacional.

Em contrapartida, pode ser um momento favorável à promoção das potencialidades de quem vivencia o luto, visando a reconstrução da rotina. Mas do que nunca é necessário entender a dor do outro, levando em consideração a maneira como cada colaborador enfrenta o sofrimento.

Entender suas necessidades, abrir canais de comunicação e adequar o diálogo para o surgimento de um ambiente mais humanizado. São ações que precisam ser amadurecidas no meio corporativo por se tratar de algo inerente a condição humana.

Por ser difícil prever a reação de alguém diante da perda de um ente querido, o essencial é que a empresa, quando notificada, demonstre empatia, visando o bem-estar da equipe.

No Brasil, cerca de um terço das organizações oferecem serviços de apoio jurídico, psicológico e financeiro, relacionados ao luto.