As indicações da reversão de vasectomia ocorre na maioria das vezes por 2 razões principais: Seja por separação seguida de outra união, seja por necessidade ou vontade de ter mais filhos na mesma relação. Atualmente , muitos pacientes desejam a reversão da vasectomia por princípio religioso exigido pela comunidade que ele frequenta.
Casais cuja impossibilidade de engravidar é decorrente da vasectomia têm 2 opções de tratamento: reversão da vasectomia ou fertilização in vitro com obtenção cirúrgica dos espermatozoides diretamente do epidídimo.
Realizada com sucesso, pela primeira vez, nos Estados Unidos em 1919, foi apenas em 1977, com a introdução da técnica da microcirurgia, que a reversão da vasectomia trouxe resultados realmente animadores. As técnicas microcirúrgicas vem se aperfeiçoando e a técnica avançada de micro-incisão vem rotineiramente apresentando resultados surpreendentes.
A técnica, empregada atualmente, exige conhecimento e treinamento em microcirurgia por parte do médico cirurgião, utilizando fios cirúrgicos muito finos, de difícil visibilização a olho nu.
Não existe um tempo de vasectomia limite que contraindique uma reversão.
Porém, é verdade que quanto maior o tempo de obstrução, menores são os índices de gravidez.
Nos casos de reversão com até 10 anos de vasectomia, as taxas de gravidez chegam a mais de 70%; em indivíduos com mais de 10 anos de vasectomia, a taxa de gravidez é próxima de 44%. Atualmente,
tem-se realizado esse procedimento com sucesso em pacientes com mais de 20 anos de vasectomia, com boa recuperação do potencial masculino para gravidez natural.
O custo necessário para se obter uma gestação por reversão de vasectomia é menor que o de uma gestação obtida através de fertilização in vitro com espermatozóides recuperados através de punção do epidídimo.
As reversões de vasectomia podem ser feitas em regime ambulatorial ou de hospital dia ,onde paciente costuma receber alta no mesmo dia. Quando se utilizam técnicas microcirúrgicas, é comum se indicar a sedação, já que os mínimos movimentos do paciente são aumentados sob a visão do microscópio. Mas a opção final de anestesia dependerá do paciente, do cirurgião e do anestesista.
Uma vez que o paciente esteja anestesiado, o cirurgião fará uma pequena incisão (um corte) na bolsa escrotal e removerá os cotos do ducto deferente com as cicatrizes da vasectomia.
Em seguida, os cotos dos ductos deferentes podem ser anastomosados (conectados) para reestabelecer a passagem de espermatozoides. O termo médico que para essa conexão entre os cotos dos ductos deferentes é vasovasostomia.
A abordagem microcirúrgica é a mais recomendada e utiliza uma lupa ou microscópio para ampliar as estruturas entre 5 a 40 vezes, proporcionando melhores resultados, já que permite ao urologista
manipular fios de sutura mais finos que um fio de cabelo.
A recuperação após a reversão de vasectomia geramente é muito tranquila. A dor após a cirurgia pode ser controlada com uso de analgésicos por via oral (tomados pela boca). Cerca de 50% dos
homens apresenta desconforto semelhante ao apresentado na vasectomia.
A maioria dos pacientes retorna a sua rotina e ao trabalho dentro de 2 dias da realização da cirurgia. Geralmente se solicita ao paciente que evite atividade física por 3 semanas. Se o seu emprego exige atividade física, você deve discutir com o cirurgião quando será possível voltar ao trabalho. Também é recomendável vestir um suspensório escrotal por 3 semanas. O sexo deve ser evitado por 3 semanas ou de acordo com as orientações do urologista.
Leva-se em media um ano para que se obtenha uma gravidez após a reversão de vasectomia. Alguns casais engravidam nos primeiros meses, já outros demoram vários anos.
Dr Charles Rosenblatt-CRM-52819
Urologista
Hospital Israelita Albert Einstein-Bloco A1 Sala 219
Tel-11 21515219